terça-feira, 30 de dezembro de 2008

17 - O ponta esquerda Zezé



Quando vou abrir meu blog para escrever umas palavras de fim de ano para meus amigos, me deparo com a notícia, triste, do falecimento do ex ponta esquerda Zezé. Respiro fundo, e mais uma vez vejo como o ser humano é frágil.

Conheci o Zezé ainda nos juvenis, quando arrebentava com as preliminares, antes da entrada em campo da Máquina de 76. Logo aquele menino serelepe subiu para os profissionais e continuou dando seu repertório de dribles em qualquer lateral direito que se atrevesse a enfrentá-lo. Em 77 já era titular do time de cima. Fiz coro pela sua convocação para a Copa de 78, como conto em meu livro, numa das passagens mais marcantes de minha narrativa. Era um de meus ídolos.

Em 80 ajudou o Flu a ser campeão carioca, sempre repetindo suas atuações destacadas. E em 82 deixou o Fluminense numa troca com o Guarani. De lá pra cá viveu sempre nas minhas boas lembranças, guardadas em recortes de jornais e revistas e na saudade mesmo.

Ainda ontem estava lendo uma reportagem sua numa Placar dos anos 80.

Soube de sua morte, uma parada cardíaca. Muito jovem nos deixa, assim como Dirceuzinho, Doval, Cafuringa... No céu nosso ataque recebe um baita reforço... vá com Deus, Zezé.

Saudações Tricolores Sempre
Marcelo Pitanga

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

16 - Natal, Feliz e com Paz

Natal faz lembrar com saudade da minha infância. Pois além de ganhar presentes do Papai Noel, estava intimamente ligado com algumas coisas bem interessantes: fim das aulas, Reveillon e viagem para Iriri, onde passava minhas férias invariavelmente, para minha completa alegria. Minha infância me faz lembrar daquela camisa do Fluminense comprada na Superball, uma das únicas lojas perto da minha casa que vendiam camisas assim. E tinha que costurar o escudo e o número. Assim, Natal me faz lembrar do meu Fluminense de antigamente. E assim consigo mais uma vez provar que tudo que representa algo para mim está ligado com o meu sentimento em três cores. Tá explicado e entendido. Feliz Natal a todos. Com muita Paz!



Saudações Tricolores Sempre
Pitanga

domingo, 21 de dezembro de 2008

15 - Lamento e Decepção



A LDU nos venceu na final da Libertadores. Ela, o destino, o acaso, o juiz argentino, etc... Um time inteiro de fatores. Mas passou, a vida seguiu. Assisti agora a final do mundial pela TV. Confesso que gostaria de estar lá, no fuso horário quase máximo, vendo os Thiagos em campo, o resto do time todo. O Conca, o Cícero, o Luis Alberto, o Gabriel. Até o Renato e o Ygor. Mas não fomos. A LDU ficou na retranca, como um time pequeno, fazendo cera. Seu goleiro de araque, como diria meu avô, levando amarelo por cera ainda no primeiro tempo. O time inglês, tentando fazer seu gol, perdendo chances claras. Até fazer e garantir o título mundial. A LDU não tinha forças. Queria levar o jogo para os penaltes, como se sempre fosse assim possível. Esperava que pelo menos nesse meio ano desde aquela final no Maracanã, eles tivessem crescido como equipe, e fizessem um jogo mais digno. Desculpem, mas essa foi a impressão que perdura em mim. E um time inglês venceu... ah, se fosse o Boca, o São Paulo, ou até mesmo o nosso Fluminense... no fundo eu queria que a LDU jogasse essa final como jogaríamos. Que eles vencessem para pelo menos eu ficar mais convencido do meu "desconvencimento".

Saudações Tricolores Sempre

Pitanga

domingo, 14 de dezembro de 2008

14 - Orgulho de ser Tricolor


"Quando o Fluminense precisa de números, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de casa, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas" Nelson Rodrigues

2008, um ano especial para a nossa torcida. As festas dos jogos da Libertadores, a inovação utilizando os sinalizadores, já copiada pelos outros, a mobilização, a beleza, sobram adjetivos para elogiar e faltam palavras para descrever. Que cada um guarde na memória o que as fotos e os filmes não conseguiram captar. Que outros anos venham!!!
Saudações Tricolores Sempre
Marcelo Pitanga

13 - Laranjeiras Imortais

“O Fluminense é a impessoalidade que mais amo na vida. Acima do Fluminense na minha escala de amor, só pessoas, e mesmo assim pessoas que em nossas vidas possam durar para sempre: pai e mãe, irmãos e filhos – ah, e Deus, e bom não esquecer!

Sempre alimentei a fantasia de um dia o Fluminense se transformar numa pessoa. Assim acontecendo, eu olharia direto em seus olhos e lhe diria: “Você faz idéia do quanto eu te amo?”


O livo do Marcelo Meira, Laranjeiras Imortais, é espetacular desde o seu início, pelas brilhantes e sempre especiais palavras do amigo Beto Sales, com um prefácio que já "vale o ingresso". Mas Marcelo não deixa por menos, e eu resgatei nas suas linhas esse pensamento que mostra o quanto é o amor dele, imensurável, pelo Fluminense. Na foto meu filho, na época ainda um bebê, observando tudo com a maior atenção.

Saudações Tricolores Sempre

Marcelo Pitanga

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

12 - Carta do Renê Simões



"Prezado torcedor tricolor, Ao longo da minha carreira de mais de 35 anos no futebol, criei o hábito de escrever cartas aos torcedores. Acredito que a torcida é parte fundamental da máquina que movimenta um time e precisa ser tratada com devido respeito e informação. Venho freando meu desejo de escrever a você desde a minha chegada. Hoje, com o dever cumprido de mantermos o Fluminense na Série A e ainda com a conquista da vaga para a Copa Sul-Americana, acredito que enfim chegou o momento. O futebol nos proporciona oportunidades de observar grandes fenômenos sociais. Ele influencia inclusive nos nossos relacionamentos, uma vez que associamos nossas alegrias e tristezas pessoais aos resultados do nosso time. Aprendemos ali o valor de derrotas, vitórias, imprevistos e imponderáveis. Trata-se de um processo de ensino espetacular na vida de um ser humano. Durante a conquista do vice-campeonato da Libertadores, a torcida tricolor deu uma amostra de grandeza e civilidade ao aplaudir o time no final do jogo. Ali estava a morte de um sonho, mas a reflexão e o bom senso demonstraram que, apesar da perda do título, o time havia feito o inédito para e pelo clube. Houve lágrimas de velhos e jovens, pais e filhos, homens e mulheres, mas também solidariedade, camaradagem e entendimento. Houve ainda muita dor e questionamento, mas sem que a esperança fosse aniquilada. Thomas Edison disse: "Todo vencedor é um perdedor experimentado". Nossas derrotas devem ser analisadas e criticadas, sempre, mas com bom senso e realismo. Hoje, vemos jogadores que há pouco tempo eram perseguidos saírem de campo sob aplausos. Acho um direito legítimo de cada membro da torcida gostar ou não de um jogador, mas seu papel preponderante durante o jogo deve ser sempre o mesmo - o de incentivar. Naqueles 90 minutos, o objetivo comum tem que ser a vitória. Vaias e desaprovação devem ser demonstradas sempre após as partidas e com a educação e prudência de uma torcida centenária e diferenciada como a tricolor. Sei que essa carta pode ser mal-interpretada, assim como outras histórias que levei aos jogadores, mas não me importo e também não mudarei de atitude. Poucos aceitam que um treinador possa ver sua profissão além do universo campo-bola. Mas, como treinador de pessoas, me sinto impulsionado para falar e passar minhas experiências na intenção de que o mundo seja um lugar melhor. Se não conseguir, não terei o remorso de não ter tentado por covardia. Olharei para as futuras gerações e lamentarei, mas não me punirei por não ter tentado. Quem conhece minha carreira, sabe que eu gosto de desafios - de "tentar". Ao aceitar dirigir o Fluminense, tive a convicção que podíamos sair do momento que o time vivia. Trouxe comigo uma comissão técnica de profissionais da melhor qualidade, com conhecimento, experiência e confiança inabalável. Encontrei no clube uma Coordenação do Futebol ativa e comprometida, uma diretoria sempre atenta, um patrocinador envolvido e apaixonado pelo Fluminense, uma equipe de apoio excelente e uma comissão técnica muito honesta. Além disso, contei com jogadores que, apesar de abalados por tudo o que enfrentaram, tinham qualidade e determinação suficientes para competir com os grandes times deste país".
Renê Simões, carta publicada na mídia esportiva



Conheci pessoalmente o Renê em 2004, justo no dia em que meu filho veio ao mundo. Grande e inesquecível coincidência. Fiquei impressionado com a sua palestra naquele 08 de novembro, e mais ainda depois, quando ele foi na minha sala falar comigo, ser apresentado por um amigo em comum, que sabia do meu gosto por futebol. Cheguei a brincar falando que um dia ele ainda ia treinar o "meu Fluminense". Nunca me esqueci disso.

Quatro anos depois minha "previsão chutada" aconteceu. E pelo pouco que pude ver do Renê, essa carta tem a cara dele, com doses de uma incrível capacidade de lidar com desafios e sempre com uma baita capacidade. Abraços e parabéns por tudo Renê.

Marcelo Pitanga

Saudações Tricolores Sempre

11 - Nelson Rodrigues Imortal

Nelson Rodrigues é indescritível. O Fluminense também. "Óbvio Ululante".

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

10 - Nossa Torcida, Essa É A Tua Gente (texto produzido)

Esse texto abaixo eu escrevi no final de 2006, quando o Movimento Legião Tricolor estava começando. Éramos ainda poucos, não tínhamos localização exata, discutia-se isso no orkut, inclusive. Mas a direção estava tomada, e apontando para o lado certo. Mas vale a pena reproduzir as minhas palavras, pra quem ainda não registrou, pois foi postada na época no site torcidatricolor, do amigo Beto Meyer. Os anos de 2007 e 2008 não me decepcionaram na avaliação. Rumo a 2009!!!
Marcelo Pitanga








Já estava ficando cansado de concordar com muita gente que dizia que a Torcida do Fluminense, apesar de ser indiscutivelmente a mais bonita, era a que menos empurrava o time. Minha memória não me traía. Em tempos recentes, lembrava apenas daquela final inesquecível contra o Volta Redonda. Mais de um ano atrás. O gol de empate, o da virada e o do título não teriam saído sem o apoio da torcida tricolor naquela tarde que nos deu nosso trigésimo título estadual. Mas havia sido um espasmo, eu no fundo sabia. Como foi quando o Papa João Paulo II faleceu e enfiamos quatro no Flamengo. Nossa torcida estava quieta fazia tempos, não era mais a mesma dos tempos de agruras do fim do século passado. Muito menos dos tempos de glória de Assis, Washington, Romerito e cia, ou do gol de barriga do Renato Gaucho. Nossa torcida estava calada, como um aluno em prova final. Talvez acomodada pela tv a cabo. Estava sem emoção, movidas aos gritos eventuais de socorro a João de Deus, ao nosso belo Hino, e um “nense” aqui e outro ali. Não era a minha torcida, nem a de nenhum de nós.
Nesse Brasileiro esperávamos ao menos conseguir a tão difícil vaga para a Taça Libertadores, que nos fugiu de maneira impiedosa no ano anterior. Mas após a Copa do Mundo, no recomeço do campeonato, vimos que o pior estaria talvez por vir. E a torcida foi se calando mais e mais. Como se houvesse graduação para o silêncio.
E fracasso após fracasso, eu também me calei. Mesmo que por pouco tempo. A ameaça de um novo rebaixamento me trouxe de volta. Não propriamente aos jogos, pois continuava indo ao Maracanã com freqüência. Mas de volta ao meu lugar preferido. Troquei as cadeiras especiais pelas arquibancadas. Queria ajudar o meu Fluminense de alguma forma.
Foi quando o Bolt, um amigo conhecido de muitos, me chamou para ficar junto a uns caras que tinham combinado de ficar em grupo e cantar o jogo inteiro. Sem parar. Gostei da idéia, e fui lá pra conferir. No fundo achava que não daria em nada. Já era o jogo com a Ponte Preta, nosso adversário direto contra o temido rebaixamento. Espero nas arquibancadas amarelas. Eis que de repente surge uma turminha, chegam outros e com uma energia bem interessante, vem cantando uma nova música. Finalmente meus ouvidos ouviam uma nova música! “ Aonde for...Sempre estaremos...Por toda vida...É o que mais quero...Essa torcida...Essa é tua gente... A que te segue...E te empurra sempre...” e no fim dos versos o coro ganhava ainda mais força e ritmo com o “TRICOLOR TRICOLOR TRICOLOR TRICOLOR”. Aquela alegria, aquela animação, o lema que estava sendo proposto, me contagiou. Quando percebi já estava junto. Apesar do ridículo primeiro tempo daquele jogo, o grupo não parava de cantar. No intervalo fomos acompanhar o ataque do outro lado das arquibancadas, e o pessoal foi cantando sem parar, contagiando também outros torcedores pelo caminho. “Aonde for, nós estaremos”. Eu definitivamente estava revendo meus conceitos. Nossa torcida estava acordando. Perguntei a um deles se o movimento estava na internet, e recebi como resposta um “está no orkut, procure por Legião Tricolor, mas olhe, não é torcida organizada”. Foi o que eu fiz. E estou fazendo. Esse movimento, que prega um apoio incondicionado ao Fluminense, sem direito a vaiar jogador e sem fazer apologia a brigas entre torcidas, estava lá, na época com já com uns 700 membros. Legião Tricolor esse era o nome da Comunidade. Apenas para constar, pois o objetivo principal era torcer pelo Fluminense.
O movimento, então, ganhou força para o jogo seguinte contra o Cruzeiro. E muita força. A torcida tricolor, inteira, deu um show naquele domingo, empurrou o time, e a vitória nos deu uma esperança de dias melhores. Como eu havia dito, eu estava revendo meus conceitos. E estava feliz por isso.
Acredito que a Legião, hoje com mais de 1000 membros no orkut, vá ser protagonista para fazer de nossa torcida uma torcida novamente forte, oxigenar as arquibancadas tricolores. O ano que vem dirá se eu estou certo ou errado nessa avaliação. Mas não tenho o menor medo de estar falando bobagem. Pois como eles estavam cantando quando os conheci “essa torcida, essa é tua gente”.

Saudações Tricolores Sempre
Pitanga


terça-feira, 2 de dezembro de 2008

9 - Pérolas do Futebol, claro que algumas

Tem aquela velha história de que o meio futebolístico reserva uma série de pérolas, umas que viram lendas, outras que são melhoradas (ou pioradas, depende do ângulo), mas a verdade é que é bem divertido... os autores das pérolas, porém, é um mistério...

Vamos publicar algumas delas.

"Comigo ou sem migo o time vai ganhar.”
"Clássico é clássico, e vice-versa."
“Quem tá na chuva é pra se queimar.”
”O Sócrates é invendável, inegociável e imprestável.”
”Eu fiu fondo, fui fondo e fiz o gol.”
"Nosso time estava à beira do precipício, mas tomou uma atitude certa: deu um passo à frente."
"Eu agradeço a Antartica pela caixa de Brahma que me mandou"
"Estou feliz por jogar na terra onde Jesus nasceu"(Ao jogar em Belém do Pará)
"Não trouxe o Sócrates mas trouxe o Lero Lero"(se referindo ao Biro Biro)
"O cara corre muito, parece que tem dois pulmões!"
” A bola foi indo e iu”.
“No México é que é bom, a gente recebe semanalmente de 15 em 15 dias”
”Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe”.
”Na Bahia é todo mundo simpático, é um povo hospitalar”.
”Jogador tem que ser completo, como o pato que é um bicho aquático e gramático”.
”Haja o que hajar, o Corinthians vai ser campeão”.
”Não tem outra, temos que jogar com essa mesma”.(ao responder a pergunta do repórter se ele ia jogar com aquela chuva)


E quem sabe quem é esse atacante tricolor???




Saudações Tricolores Sempre
Pitanga

domingo, 30 de novembro de 2008

8 - A Máquina de 76 com Manfrini: um sonho de criança




Definitivamente, nunca um time foi tão bom no papel como a Máquina de 1976. O raciocínio é simples: se o Brasil é o país do futebol, onde sempre estiveram os maiores jogadores do mundo, a Máquina reunia simplesmente 10 jogadores da seleção canarinho, que foram convocados em épocas próximas, além do craque argentino Doval. Senão vejamos: nosso goleiro era o Renato, reserva da Seleção na Copa de 74. Na lateral direita Carlos Alberto Torres, o capitão do tri de 70, e que ainda era da Seleção, sendo cortado do time de 74 por contusão. Na zaga o central Miguel, titular em 76 da Seleção campeã do Torneio Bicentenário dos Estados Unidos. Na quarta zaga Edinho, que já começava sua trajetória com a amarelinha, indo nas copas de 78, 82 e 86. Na lateral esquerda Rodrigues Neto, que jogou a Copa de 78. No meio de campo, Pintinho também presente em algumas convocações, e que por pura injustiça não foi chamado em 78. Pintinho era um craque indiscutível. Paulo Cesar Lima e Rivelino completavam o espetacular meio de campo tricolor. Na ponta direta o Búfalo Gil, que jogou na copa da Argentina, e assim como Miguel e Rivelino, também foi titular do Torneio de 76. Na ponta esquerda o saudoso Dirceuzinho, craque em 74, 78, e que foi chamado ainda em 82 e 86. Como já falei do gringo Doval, o timaço está pronto. Mas não completo, se posso assim dizer. Pois confesso uma coisa: faltou o Manfrini, o craque que acabou com a final de 73, realizada debaixo de um temporal... talvez o mesmo que nos derrotou na semi final daquele Brasileiro. Manfrini foi, pra mim, o ídolo que faltou naquele escrete. Mas jogaria no lugar de quem? Ah, isso não era problema meu. No meu time de botão, por exemplo, o Manfrini continuou jogando... e como os botões não se machucavam, eu passei a usar uma regra nova: escalava meu time com 12 "em campo".
Saudações tricolores sempre
Pitanga




Manfrini, fez falta em 76

sábado, 29 de novembro de 2008

7 - Nelson Rodrigues, Parte 1 de Muitas

“A torcida tricolor pode não ser a maior, mas é a que tem mais gente”, Nelson Rodrigues.



É orgulhoso para um tricolor ter Nelson Rodrigues como referência. Os elogios a ele cabem numa enciclopédia, ou talvez ainda não. Era pequeno e lembro da última página do Jornal dos Sports, lá embaixo, com seus textos pra mim um pouco confusos, mas que meu avô adorava, e sublinhava as partes que julgava mais legais... eram quase todas. Fui crescendo e entendendo um pouco o teor de sua escrita. Digo um pouco pois me sinto até hoje incapaz de perceber amiúde sua inteligência poética, e sempre disposta a enaltecer o nosso Fluminense. Isso sim eu não deixava passar desapercebido. Vou parar de enrolar, e de vez em quando, quase sempre, incluir suas frases para enriquecer esse espaço. E tirar uma onda daquelas com os adversários.
Salve Nelson!!!
Saudações Tricolores Sempre

Pitanga

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

6 - O Ídolo Thiago Silva e os Meus Verões

Como eu vou fazer no ano que vem? Essa pergunta me corrói por dentro a cada vez que o Campeonato chega nos seus últimos jogos, a cada vez que eu começo a ver as luzes de Natal sendo colocadas nas ruas, que os sorteios do amigo oculto de fim de ano começam a ser organizados.
Como é que eu vou fazer no ano que vem quando, naturalmente, voltar ao Maracanã e não mais poder cantar a música que talvez tenha sido a mais sincera de todas as que eu cantei nos últimos tempos? Palavrão à parte, vou sentir saudades, e como, de entoar aquele verso forte, marcante e tão importante: “...pqp, é o maior zagueiro do Brasil Thiago Silvaaaaaa...”.
Nosso ídolo está indo embora. Vai ser preciso força para suportar. Como nas férias de verão quando, ainda jovem, chorava de saudade bem antes de tudo se acabar. Era o que chamava de saudade futura, aquela que ainda ia sentir, mas já estava por aqui, havia feito o check in em meu sentimento e despachado as bagagens por antecipação. Saudade futura que me faz escrever este artigo.
Thiago Silva merece toda a sorte do mundo. Vai ser ídolo onde quer que vá. Quisera eu que “levasse o coração feliz” como diz a música. Pois a separação vai ser dolorosa também para ele. Que pelo menos se torne logo o titular absoluto da Seleção Brasileira, pois talvez aí eu volte a ver os jogos do Brasil para torcer por ele.
Vai ser um tenebroso inverno no sentimento de muitos torcedores que o tem com ídolo. Como verdadeiro ídolo.
Ainda resta o jogo contra o Ipatinga no Maracanã. Lá estarei, para ver pela última vez esse “monstro” da zaga, que irá deixar um vazio imenso em nossa torcida. Que ela não se cale, e cante com toda a força e pra sempre, o “pqp”. Vou fazer depois disso o que eu fazia quando as férias realmente acabavam e eu voltava pro Colégio. Vou pegar um calendário e ficar fazendo “xis” nas datas, como no passado usava para contar os dias que faltavam para o próximo verão chegar.
Talvez faça isso esperando o dia em que o Thiago irá voltar. Pois irá, podem escrever. Não tenho medo que o futuro me condene ao erro. Pelo menos, ao ficar contando as datas, eu irei voltar um pouco no tempo de minha vida, feliz, lembrando daqueles verões todos da minha juventude.
Saudações Tricolores sempre
Pitanga

5 - O Tempo Voa


As fotos falam por si. O amor pelo Fluminense, sempre vivo. Chega a ser auto explicativo...

4 - Frases

"Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário que eu vos respondo: pior para os fatos"





"Time de coração não! De corpo inteiro! Pois o Fluminense flui pelo meu sangue, passa na minha saliva, é responsável pelo meu paladar, e muitas vezes decisivo pelo meu humor"

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

3 - Eu Por Mim Mesmo (Texto adaptado do original)

Quando eu fiz 15 anos resolvi aprender a tocar violão, acho que queria ser famoso, fazer shows. Essa vontade, claro, passou. Embora tenha aprendido um pouco o dedilhado, minha afinação não me fez mais que ser um tocador de roda de violão. E dos bem modestos. Tempos depois resolvi tentar o caminho das letras. Queria ser escritor.

Logo percebi que dava mais pra tocar violão mesmo. Porém nunca me surgiu uma oportunidade de fazer um show com meu violão, mas sim uma chance de escrever. Falar do Fluminense! Minha paixão mil vezes maior do que o pinho e os books. Topei esse desafio. Meu nome é Marcelo Pitanga. Apesar da minha família não torcer pelo Fluminense, eu assim escolhi. Talvez pela beleza da camisa, talvez pelos títulos que conquistava, talvez pela minha precoce inteligência e bom gosto, modéstia à parte.

Quando fiz 9 anos adorava tanto futebol que sabia de cor as escalações de todos os times. Fui parar na antiga e extinta TV Tupi, no Programa Operação Esporte do saudoso baiano Carlos Lima. Era uma novidade uma criança falando de futebol tão, digamos, intensamente e descaradamente. Minha aparição me rendeu umas linhas no Jornal dos Sports. “Um menino tricolor que sabe tudo de bola”. O Parreira, então preparador físico, me elogiou publicamente. Em tempos de censura, diziam que eu só apareci na TV porque o Juiz de Menores era Fluminense doente. Assim como eu, que àquela altura já acompanhava os jogos do time como dava. Para desespero do meu pai, todo jogo que tinha no Maracanã eu pedia para ele me levar. Alguns eu ia, outros eu ficava chorando em casa. Doido para crescer rápido. Nos jogos à noite, então, escondia o rádio de pilha por debaixo do travesseiro. Dormia quase sempre na metade do segundo tempo, e ia saber o resultado no jornal do dia seguinte.

Vi os gols do ídolo e hoje amigo Manfrini. Vivi a “bela época” da Máquina de Rivelino e cia. Algum tempo depois do Horta, voltei à TV Tupi, convidado para um jogo de perguntas: fui responder pelo Fluminense. O então Presidente Sylvio Kelly foi ao programa e me deu de presente uma camisa oficial do Edinho. Tenho-a até hoje guardada.

Quando comecei a não depender do meu pai me levar ao Maracanã, passei a não perder mais jogo; domingo, quarta, domingo, quarta, quantas vezes as tabelas dos campeonatos mandassem. Por morar em Niterói entrei logo na Torcida Flunitor e depois fui parar na Young Flu, época do Seu Armando. Era um dos três únicos integrantes da torcida que morava do outro lado da Baia de Guanabara. Em pouco tempo fui levando o pessoal de Nikity para a Young. Em 1981 fundamos a Young Niterói, sem dúvida a primeira “filial” de uma torcida. A novidade só fez crescer a Young Flu, ao longo dos anos 80. Vivi a era do Casal 20 de Assis e Washington. Em 1984, envolvido numa confusão com a torcida do Corinthians na semi final daquele Brasileiro, levei um tiro na mão direita, uma lembrança doce e amarga daquele nosso título.

Esse fato fez com que minha mãe achasse que eu iria mudar de vida. Que nada! Continuei freqüentando o Maracanã, as Laranjeiras, o Morumbi, o Mineirão e tantos outros Estádios atrás do Fluminense. Também ginásios, acompanhando nossos esportes amadores. Fui de carona pra Teresópolis para ver um jogo de vôlei feminino numa quarta feira à noite. Voltei pra casa no dia seguinte, com o ônibus do clube.

Vi os gols de Assis contra Raul e Fillol. Vi o gol de barriga do Renato. Depois desses jogos eu também voltei pra casa no dia seguinte. Vivi e sobrevivi aos anos amargos dos rebaixamentos. Não abandonei o Fluminense quando ele mais pareceu não gostar de mim. Tal como num casamento, “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”. Não faltei aos jogos contra ABC, Joinville, CRB, Goiânia e Dom Pedro da vida, mas com orgulho faltei à esdrúxula e escrota comemoração do champgne.

Com o inicio do mundo virtual “dáblio dáblio dáblio” fui intimado pelo Mauro Sorage a fazer parte da Sabedoria Tricolor. Sorage, que me conhecia, assim como a maioria, sem exagero, dos tricolores niteroienses hoje na faixa dos 40 anos. Com a Sabedoria passei a conhecer mais e mais tricolores, a reencontrar alguns velhos amigos, e a freqüentar o clube com mais assiduidade. Entrei de sócio em 2003, e logo passei a fazer parte de outro grupo virtual: a Flusócio.

No fim de 2006, amargurado com nossa torcida, frequentei o início da Legião Tricolor. E vi a Revolução que foi nas arquibancadas tricolores. Nem cabem aqui os elogios. Veio o título da Copa do Brasil em 2007, e a histórica participação na Libertadores nesse ano. Comecei a escrever um livro contando tudo isso e muito mais... ainda não terminei. Não quero esquecer de nada. E tenho a preocupação de não me achar mais tricolor que nenhum de vocês. Pois na verdade não sou.



Saudações Tricolores sempre

Pitanga





desenho que eu fiz do jogador Cleber, anos 70

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

2 - Endereços




Meu Orkut

Tenho um montão de fotos do Fluminense, vale a pena conferir


Meus Emails



Saudações Tricolores

Pitanga








1 - Apresentação

"Você tinha que fazer um blog pra falar do Fluminense, suas histórias, suas piadas". Cansei de escutar isso de amigos, e até de pessoas que nem mesmo conheço. Mas que parecem agora ter opinião mais inteligente e sábia do que a resposta que eu sempre dava: "Não sei, acho que vou deixar pra depois, não tenho tempo agora".

Pois é, o "depois" chegou. E mais uma vez revi minha opinião, e aqui estou.

Começo pensando em postar algumas de minhas colunas que já publiquei no site da torcidatricolor, em colocar fotos relacionadas com o Fluminense, e para prestar as devidas homenagens aos amigos e àqueles que eu não tive a oportunidade de conhecer. E não vou seguir regras, mas apenas uma: colocar o nosso Fluminense em primeiro lugar!!!!
Saudações Tricolores

Marcelo Pitanga