domingo, 30 de novembro de 2008

8 - A Máquina de 76 com Manfrini: um sonho de criança




Definitivamente, nunca um time foi tão bom no papel como a Máquina de 1976. O raciocínio é simples: se o Brasil é o país do futebol, onde sempre estiveram os maiores jogadores do mundo, a Máquina reunia simplesmente 10 jogadores da seleção canarinho, que foram convocados em épocas próximas, além do craque argentino Doval. Senão vejamos: nosso goleiro era o Renato, reserva da Seleção na Copa de 74. Na lateral direita Carlos Alberto Torres, o capitão do tri de 70, e que ainda era da Seleção, sendo cortado do time de 74 por contusão. Na zaga o central Miguel, titular em 76 da Seleção campeã do Torneio Bicentenário dos Estados Unidos. Na quarta zaga Edinho, que já começava sua trajetória com a amarelinha, indo nas copas de 78, 82 e 86. Na lateral esquerda Rodrigues Neto, que jogou a Copa de 78. No meio de campo, Pintinho também presente em algumas convocações, e que por pura injustiça não foi chamado em 78. Pintinho era um craque indiscutível. Paulo Cesar Lima e Rivelino completavam o espetacular meio de campo tricolor. Na ponta direta o Búfalo Gil, que jogou na copa da Argentina, e assim como Miguel e Rivelino, também foi titular do Torneio de 76. Na ponta esquerda o saudoso Dirceuzinho, craque em 74, 78, e que foi chamado ainda em 82 e 86. Como já falei do gringo Doval, o timaço está pronto. Mas não completo, se posso assim dizer. Pois confesso uma coisa: faltou o Manfrini, o craque que acabou com a final de 73, realizada debaixo de um temporal... talvez o mesmo que nos derrotou na semi final daquele Brasileiro. Manfrini foi, pra mim, o ídolo que faltou naquele escrete. Mas jogaria no lugar de quem? Ah, isso não era problema meu. No meu time de botão, por exemplo, o Manfrini continuou jogando... e como os botões não se machucavam, eu passei a usar uma regra nova: escalava meu time com 12 "em campo".
Saudações tricolores sempre
Pitanga




Manfrini, fez falta em 76

sábado, 29 de novembro de 2008

7 - Nelson Rodrigues, Parte 1 de Muitas

“A torcida tricolor pode não ser a maior, mas é a que tem mais gente”, Nelson Rodrigues.



É orgulhoso para um tricolor ter Nelson Rodrigues como referência. Os elogios a ele cabem numa enciclopédia, ou talvez ainda não. Era pequeno e lembro da última página do Jornal dos Sports, lá embaixo, com seus textos pra mim um pouco confusos, mas que meu avô adorava, e sublinhava as partes que julgava mais legais... eram quase todas. Fui crescendo e entendendo um pouco o teor de sua escrita. Digo um pouco pois me sinto até hoje incapaz de perceber amiúde sua inteligência poética, e sempre disposta a enaltecer o nosso Fluminense. Isso sim eu não deixava passar desapercebido. Vou parar de enrolar, e de vez em quando, quase sempre, incluir suas frases para enriquecer esse espaço. E tirar uma onda daquelas com os adversários.
Salve Nelson!!!
Saudações Tricolores Sempre

Pitanga

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

6 - O Ídolo Thiago Silva e os Meus Verões

Como eu vou fazer no ano que vem? Essa pergunta me corrói por dentro a cada vez que o Campeonato chega nos seus últimos jogos, a cada vez que eu começo a ver as luzes de Natal sendo colocadas nas ruas, que os sorteios do amigo oculto de fim de ano começam a ser organizados.
Como é que eu vou fazer no ano que vem quando, naturalmente, voltar ao Maracanã e não mais poder cantar a música que talvez tenha sido a mais sincera de todas as que eu cantei nos últimos tempos? Palavrão à parte, vou sentir saudades, e como, de entoar aquele verso forte, marcante e tão importante: “...pqp, é o maior zagueiro do Brasil Thiago Silvaaaaaa...”.
Nosso ídolo está indo embora. Vai ser preciso força para suportar. Como nas férias de verão quando, ainda jovem, chorava de saudade bem antes de tudo se acabar. Era o que chamava de saudade futura, aquela que ainda ia sentir, mas já estava por aqui, havia feito o check in em meu sentimento e despachado as bagagens por antecipação. Saudade futura que me faz escrever este artigo.
Thiago Silva merece toda a sorte do mundo. Vai ser ídolo onde quer que vá. Quisera eu que “levasse o coração feliz” como diz a música. Pois a separação vai ser dolorosa também para ele. Que pelo menos se torne logo o titular absoluto da Seleção Brasileira, pois talvez aí eu volte a ver os jogos do Brasil para torcer por ele.
Vai ser um tenebroso inverno no sentimento de muitos torcedores que o tem com ídolo. Como verdadeiro ídolo.
Ainda resta o jogo contra o Ipatinga no Maracanã. Lá estarei, para ver pela última vez esse “monstro” da zaga, que irá deixar um vazio imenso em nossa torcida. Que ela não se cale, e cante com toda a força e pra sempre, o “pqp”. Vou fazer depois disso o que eu fazia quando as férias realmente acabavam e eu voltava pro Colégio. Vou pegar um calendário e ficar fazendo “xis” nas datas, como no passado usava para contar os dias que faltavam para o próximo verão chegar.
Talvez faça isso esperando o dia em que o Thiago irá voltar. Pois irá, podem escrever. Não tenho medo que o futuro me condene ao erro. Pelo menos, ao ficar contando as datas, eu irei voltar um pouco no tempo de minha vida, feliz, lembrando daqueles verões todos da minha juventude.
Saudações Tricolores sempre
Pitanga

5 - O Tempo Voa


As fotos falam por si. O amor pelo Fluminense, sempre vivo. Chega a ser auto explicativo...

4 - Frases

"Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário que eu vos respondo: pior para os fatos"





"Time de coração não! De corpo inteiro! Pois o Fluminense flui pelo meu sangue, passa na minha saliva, é responsável pelo meu paladar, e muitas vezes decisivo pelo meu humor"

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

3 - Eu Por Mim Mesmo (Texto adaptado do original)

Quando eu fiz 15 anos resolvi aprender a tocar violão, acho que queria ser famoso, fazer shows. Essa vontade, claro, passou. Embora tenha aprendido um pouco o dedilhado, minha afinação não me fez mais que ser um tocador de roda de violão. E dos bem modestos. Tempos depois resolvi tentar o caminho das letras. Queria ser escritor.

Logo percebi que dava mais pra tocar violão mesmo. Porém nunca me surgiu uma oportunidade de fazer um show com meu violão, mas sim uma chance de escrever. Falar do Fluminense! Minha paixão mil vezes maior do que o pinho e os books. Topei esse desafio. Meu nome é Marcelo Pitanga. Apesar da minha família não torcer pelo Fluminense, eu assim escolhi. Talvez pela beleza da camisa, talvez pelos títulos que conquistava, talvez pela minha precoce inteligência e bom gosto, modéstia à parte.

Quando fiz 9 anos adorava tanto futebol que sabia de cor as escalações de todos os times. Fui parar na antiga e extinta TV Tupi, no Programa Operação Esporte do saudoso baiano Carlos Lima. Era uma novidade uma criança falando de futebol tão, digamos, intensamente e descaradamente. Minha aparição me rendeu umas linhas no Jornal dos Sports. “Um menino tricolor que sabe tudo de bola”. O Parreira, então preparador físico, me elogiou publicamente. Em tempos de censura, diziam que eu só apareci na TV porque o Juiz de Menores era Fluminense doente. Assim como eu, que àquela altura já acompanhava os jogos do time como dava. Para desespero do meu pai, todo jogo que tinha no Maracanã eu pedia para ele me levar. Alguns eu ia, outros eu ficava chorando em casa. Doido para crescer rápido. Nos jogos à noite, então, escondia o rádio de pilha por debaixo do travesseiro. Dormia quase sempre na metade do segundo tempo, e ia saber o resultado no jornal do dia seguinte.

Vi os gols do ídolo e hoje amigo Manfrini. Vivi a “bela época” da Máquina de Rivelino e cia. Algum tempo depois do Horta, voltei à TV Tupi, convidado para um jogo de perguntas: fui responder pelo Fluminense. O então Presidente Sylvio Kelly foi ao programa e me deu de presente uma camisa oficial do Edinho. Tenho-a até hoje guardada.

Quando comecei a não depender do meu pai me levar ao Maracanã, passei a não perder mais jogo; domingo, quarta, domingo, quarta, quantas vezes as tabelas dos campeonatos mandassem. Por morar em Niterói entrei logo na Torcida Flunitor e depois fui parar na Young Flu, época do Seu Armando. Era um dos três únicos integrantes da torcida que morava do outro lado da Baia de Guanabara. Em pouco tempo fui levando o pessoal de Nikity para a Young. Em 1981 fundamos a Young Niterói, sem dúvida a primeira “filial” de uma torcida. A novidade só fez crescer a Young Flu, ao longo dos anos 80. Vivi a era do Casal 20 de Assis e Washington. Em 1984, envolvido numa confusão com a torcida do Corinthians na semi final daquele Brasileiro, levei um tiro na mão direita, uma lembrança doce e amarga daquele nosso título.

Esse fato fez com que minha mãe achasse que eu iria mudar de vida. Que nada! Continuei freqüentando o Maracanã, as Laranjeiras, o Morumbi, o Mineirão e tantos outros Estádios atrás do Fluminense. Também ginásios, acompanhando nossos esportes amadores. Fui de carona pra Teresópolis para ver um jogo de vôlei feminino numa quarta feira à noite. Voltei pra casa no dia seguinte, com o ônibus do clube.

Vi os gols de Assis contra Raul e Fillol. Vi o gol de barriga do Renato. Depois desses jogos eu também voltei pra casa no dia seguinte. Vivi e sobrevivi aos anos amargos dos rebaixamentos. Não abandonei o Fluminense quando ele mais pareceu não gostar de mim. Tal como num casamento, “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”. Não faltei aos jogos contra ABC, Joinville, CRB, Goiânia e Dom Pedro da vida, mas com orgulho faltei à esdrúxula e escrota comemoração do champgne.

Com o inicio do mundo virtual “dáblio dáblio dáblio” fui intimado pelo Mauro Sorage a fazer parte da Sabedoria Tricolor. Sorage, que me conhecia, assim como a maioria, sem exagero, dos tricolores niteroienses hoje na faixa dos 40 anos. Com a Sabedoria passei a conhecer mais e mais tricolores, a reencontrar alguns velhos amigos, e a freqüentar o clube com mais assiduidade. Entrei de sócio em 2003, e logo passei a fazer parte de outro grupo virtual: a Flusócio.

No fim de 2006, amargurado com nossa torcida, frequentei o início da Legião Tricolor. E vi a Revolução que foi nas arquibancadas tricolores. Nem cabem aqui os elogios. Veio o título da Copa do Brasil em 2007, e a histórica participação na Libertadores nesse ano. Comecei a escrever um livro contando tudo isso e muito mais... ainda não terminei. Não quero esquecer de nada. E tenho a preocupação de não me achar mais tricolor que nenhum de vocês. Pois na verdade não sou.



Saudações Tricolores sempre

Pitanga





desenho que eu fiz do jogador Cleber, anos 70

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

2 - Endereços




Meu Orkut

Tenho um montão de fotos do Fluminense, vale a pena conferir


Meus Emails



Saudações Tricolores

Pitanga








1 - Apresentação

"Você tinha que fazer um blog pra falar do Fluminense, suas histórias, suas piadas". Cansei de escutar isso de amigos, e até de pessoas que nem mesmo conheço. Mas que parecem agora ter opinião mais inteligente e sábia do que a resposta que eu sempre dava: "Não sei, acho que vou deixar pra depois, não tenho tempo agora".

Pois é, o "depois" chegou. E mais uma vez revi minha opinião, e aqui estou.

Começo pensando em postar algumas de minhas colunas que já publiquei no site da torcidatricolor, em colocar fotos relacionadas com o Fluminense, e para prestar as devidas homenagens aos amigos e àqueles que eu não tive a oportunidade de conhecer. E não vou seguir regras, mas apenas uma: colocar o nosso Fluminense em primeiro lugar!!!!
Saudações Tricolores

Marcelo Pitanga